09 fevereiro 2010

As máscaras sempre caem

Em uma matéria públicada no jornal O Globo, o jornalista Bernardo Mello Franco disseca a fala do assessor especial do presidente Lula, Marco Aurélio Garcia. O discurso proferido por Marco Aurélio Garcia na sede nacional do PT é mais um preâmbulo do governo Dilma Rousseff que, diga-se de passagem, vem sendo coordenado pelo próprio. Eu tomei a liberdade de "recortar" alguns trechos da fala do assessor do presidente e fazer um clipping para os leitores:

Escalado para coordenar o programa de governo da ministra Dilma Rousseff, o professor Marco Aurélio Garcia anda preocupado com a influência da TV a cabo sobre os corações e mentes dos brasileiros. No sábado, o assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais discursou sobre o tema em debate na sede nacional do PT. Em meio a discussões sobre política externa, ele surpreendeu com um libelo contra o que chamou de "hegemonia cultural dos Estados Unidos".

Marco Aurélio comparou a influência da indústria de entretenimento ao poderio bélico da 4 Frota, a divisão da Marinha americana que atua no Atlântico Sul:

— Hoje em dia, quase tão importante quanto a 4 Frota são os canais de televisão a cabo que nós recebemos aqui. Eles realizam, de forma indolor, um processo de dominação muito eficiente. Despejam toda essa quantidade de esterco cultural — esbravejou.

Em tom de alerta, o assessor de Lula disse que a esquerda precisa reagir à difusão de valores capitalistas:

— Estamos vivendo um momento grave do ponto de vista de uma cultura de esquerda. A crise dos valores do chamado socialismo real e a emergência desse lixo cultural nos últimos anos nos deixaram numa situação grave.

O petista também reclamou de um suposto marasmo intelectual no Brasil, comparando os dias atuais a momentos de efervescência cultural das décadas de 1930 e 1950:

— Hoje vivemos uma transformação do ponto de vista econômico-social muito mais importante do que no passado. No entanto, temos um deserto de ideias, um deserto de produção cultural. Isso é um problema no qual temos que pensar.

* * *

Caso vocês não se lembrem quem é Marco Aurélio "Top Top" Garcia, esse altruísta eternamente preocupado com os corações e mentes dos brasileiros, deem uma olhada nesse vídeo:



Mas, que vídeo é esse? Em 19 de julho de 2007, numa sala do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia assistia ao Jornal Nacional em companhia de um assessor sem saber que uma câmera de TV vigiava suas reações. Lá pelas oito, o apresentador informou que a tragédia com o avião da TAM em Congonhas, ocorrida dias antes, fora provavelmente provocado por falhas mecânicas, não pelo péssimo estado da pista.

Quer dizer que o governo não tem culpa? Animou-se o conselheiro presidencial para assuntos cucarachas. Feliz, esqueceu os mortos, a compostura, a sensatez e a compaixão. Só pensou na imprensa golpista, que incluíra, entre as causas possíveis, a comprovada incompetência do governo para lidar com a aviação civil em geral e, em particular, com os aeroportos. Reparem no gesto assombroso do assessor do presidente Lula que é secundado pela movimentação repulsiva do seu aspone. Esse vídeo é a prova cabal de que Marco Aurélio arcia é um humanista incorrigivel. Um tipo raro, daqueles que conseguem unir "direitos humanos" e "controle social da informação", numa mesma frase.

Muitos dirão que eu estou supervalorizando a fala de Marco Aurélio "Top Top" Garcia, afinal, ele é apenas um assessor. Eu não vejo assim! O assessor especial da presidencia é também o homem responsável pela coordenação da campanha da candidata petista Dilma Rousseff e seu discurso caminha de mãos dadas com o do ditador Venezuelano, Hugo Chávez. Ideias como as de Marco Aurélio "Top Top" Garcia, fizeram eclodir uma onda de protestos estudantis na Venezuela que já deixaram 16 mortos e mais de 70 feridos. Assim como aqui, lá também há um altruísta incorrígel interessado em salvar os corações e mentes das pessoas da influencia maléfica da TV à cabo.

Quando Hugo Chávez, a reencarnação degenerada de Simón Bolívar, resolveu fechar todas as emissoras de rádio e televisão que não lhe prestavam vassalagem, o clube dos cafajestes latino-americanos decidiu fazer de conta que se tratava de uma questão doméstica. O chanceler brasileiro, Celso Amorim, disse que "não devemos nos imiscuir nos assuntos de outras nações" e Lula, quebrou o seu silêncio malandro para reiterar que "há democracia até demais na Venezuela". Marco Aurélio "Top Top" Garcia, manteve o parecer emitido em agosto: "Se a liberdade de expressão na Venezuela acabou, foi depois que eu sai. O que ouvi em programas de TV sendo dito sobre o Chávez não está no gibi".

Infelizmente a cretinice não parou por aí! Aparentemente o neurônio solitário de Dilma Rousseff também tem algo a dizer sobre o venezuelano: "Não cabe a mim criticar ou não. Se ele faz isso, é em função da problemática dele". Faz sentido: a companheirada está fazendo o que pode para camuflar o entusiasmo e esconder as suas reais intenções de implantar no Brasil, o regime bolivariano que Hugo Chávez implantou na Venezuela.

Felizmente, a máscara caiu! Está claro que para os stalinistas farofeiros, o furacão autoritário na Venezuela tem a suavidade da brisa. Não é censura, sussurram uns aos outros: aquilo é o "controle social" dos meios de comunicação, enfim obrigados ao pronto atendimento dos interesses do povo. A Venezuela bolivariana de hoje, sonham, é o Brasil amanhã. Mas não precisa ser assim! Basta que a oposição assuma o seu papel. O Brasil que presta deve aceitar o repto de Lula e topar o confronto plebiscitário. Assim, os eleitores serão convidados a escolher entre a Venezuela e o primeiro mundo, a caverna e a civilização, o primitivismo e a modernidade, a ditadura e a democracia; entre a opressão e a liberdade.

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