Voltando a educação...
Tramita na Assembléia Legislativa de São Paulo um projeto que pretende regulamentar a carreira de professor das escolas estaduais, de modo que os mais talentosos tenham perspectivas concretas de avanço (o que hoje inexiste). Se o projeto vingar, serão criados cinco diferentes níveis para a docência. Para pular de degrau, o professor precisará se submeter a uma prova e obter uma boa nota (um tanto óbvio, não acham?). Do nível 1 ao 2, é necessário, por exemplo, tirar 6. Para ascender ao estágio 3, a nota mínima é 7. Um levantamento encomendado pelo secretário Paulo Renato Souza, que está à frente do projeto, não deixa dúvidas quanto aos efeitos positivos da medida. Se hoje o teto de salário de um professor de ensino fundamental é de 2 760 reais, com a mudança ficará em 5 430 reais (praticamente o dobro). Um diretor, por sua vez, poderá chegar a 7 200 reais, contra os atuais 4 200 reais. Basta que ele seja realmente bom no que faz.
Quem se queixa da idéia? A Apeoesp. Isso mesmo: o próprio sindicato dos professores. Os mesmos que, supostamente, seriam os grandes beneficiados nessa história. O sindicato tem duas bandeiras, ambas agitadas pelo mesmo ideário de sempre: o de nivelar todo mundo por igual (e por baixo). Ele defende, antes de tudo, um aumento no piso salarial para todos; competentes ou não. Em segundo lugar, critica o fato de o novo projeto prever um número máximo de pessoas a saltar de um estágio para outro de uma vez só. A cada prova, apenas 20% dos candidatos poderão ser alçados de patamar, caso cheguem à nota mínima para tal. Trata-se de uma peneira pela qual só os melhores conseguirão passar. Aliás, é isso que torna o plano viável do ponto de vista orçamentário e mantém viva a idéia da premiação pelo mérito. Sem isso, os mais brilhantes alunos do ensino médio continuarão a repudiar a carreira de professor. Situação que não dá ao ensino – tradicionalmente sofrível – grandes chances de progresso.
Enfim, é um projeto maravilhoso e, com exceção dos membros do sindicato, todos adoraram!
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