Felizmente, as melhores virtudes da democracia americana não se perderam, mesmo com a crise. Tão logo ela passe, teremos a conhecida América, constituída, em boa parte, de cidadãos que não querem viver às expensas do Estado. Nas últimas semanas, a esquerda (vocês sabem o quanto eu abomino este termo) fez pouco da reação de boa parte da população àquele discurso que Barack Obama pronunciou para as crianças e tentou - deliberadamente - transformar o assunto em um tremendo oba-oba.
Ora, ninguém tem de fazer discurso para as crianças, nem que seja para dizer que dois mais dois são quatro. Justamente porque são quatro, não é preciso que seja um político a afirmá-lo. O professor de matemática se encarrega do assunto. Felizmente, uma boa parcela dos americanos, é bem possível que seja a esmagadora maioria, não quer um presidente da República falando diretamente às suas criancinhas.
Pouco importa se ele é liberal (o liberal deles e tão a esquerda quanto possível) ou conservador, democrata ou republicano, branco ou preto. Como diria Michael Jackson, isso não importa. Se os americanos, a maioria ao menos, considera inevitável que o filho vá à escola, parcela expressiva entende que a educação política e cívica é tarefa das famílias. Glorioso país que tem tal pensamento! Que não entrega seus infantes para o baixo proselitismo.
Esse negócio de mobilizar a juventude era coisa de Mussolini, de Hitler, de Mao… Nas democracias, as lideranças conversam com os cidadãos donos de seu nariz. Se não for assim, é óbvio que se está buscando uma espécie de tutela das crianças e dos jovens.
É mentira, é coisa de vigaristas ideológicos e morais, afirmar que a reação ao discurso de Obama aos infantes - inicialmente, pretendia-se que fosse transmitido para todas as escolas - foi coisa da direita “troglodita”, como diria Lula. Não! Foi coisa de indivíduos que não reconhecem ao representante de turno do Estado o direito de dar lição às crianças sem o filtro da família. Imaginem o que esta mesma esquerda estaria dizendo se, sei lá, Álvaro Uribe resolvesse falar aos jovens: “Direitista! Doutrinador! Fascista!”.
O método escolhido por Obama lembra um dos instrumentos de educação do Hamas, não é? Mensagens edificantes para as criancinhas - naquele caso, para que aprendam a ser soldados de Alá e não tenham medo de explodir bombas (e de se explodir). No caso de Obama, o objetivo certamente era mostrar como age a boa criança democrata, ainda que isso não tenha sido dito, é claro.
Histérica, isto sim, foi a reação das esquerdas — nos EUA, aqui e no mundo afora: “Oh, olhem como a direita hidrófoba reage…” Besteira! A reação chegou a ser sublime. Demonstrou que os EUA estão vivos. Demonstrou que boa parte dos americanos considera que, se é inevitável haver um governo, que, ao menos, ele fique no seu lugar. Foi assim que aquela gente construiu o maior e mais poderoso império da história.
Quanto às esquerdas, dizer o quê? Mais uma vez, usaram o seu “duplipensar” moral para avaliar a questão. Como consideram Obama da turma deles, acharam a reação contrária um absurdo. Fosse alguém “de direita” a fazer o mesmo, elas estariam acusando a manipulação.
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