05 setembro 2009

Collor, o imoral que virou imortal

José Sarney é imortal desde 1980. Em setembro do ano passado, Lula assinou o acordo ortográfico na Academia Brasileira de Letras e informou no meio do discurso que, entre todos os romancistas, Machado de Assis é o seu preferido. Nesta quarta-feira, Fernando Colllor ganhou uma vaga na Academia Alagoana de Letras ─ e a imortalidade regional.

Talvez tenha sido enfim localizado o traço comum que conseguiu cauterizar feridas, revogar ressentimentos e transformar três ferozes desafetos em amigos de infância: a paixão pela literatura.

Brincadeiras à parte, a eleição do nosso ilustríssimo ex-presidente Collor de Mello para a Academia Alagoana de Letras fez com que eu me sentisse um candidato em potencial ao posto de Imortal. Aliás, essa eleição levantou um novo questionamento: quais são os critérios utilizados pelos nossos imortais para escolher os seus pares?

Sou levado a crer que o Collor é uma espécie de gênio da literatura brasileira, daqueles que são capazes de revolucionar as artes e as letras. O fato é que fechados em seu mundinho particular regado a chá Earl Grey, os nossos "barnabés do saber" classificam seus entrevistados conforme os limites estreitos que a vida lhes impôs. Acham que eu exagero? Então leiam estes relatórios.

Trata-se de uma satíra, é claro, mas a vida nunca imitou a arte tão bem.

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