19 junho 2009

Educação domiciliar, o que é?

por Thiago Nogueira

De acordo com o Centro Nacional de Estatísticas na Aprendizagem dos EUA (NCES), aproximadamente 1,1 milhão de estudantes receberam educação escolar em suas casas no ano de 2003.

Comparando ao universo de crianças em idade escolar nos EUA, 1,1 milhão de alunos estudando em casa pode não parecer um número expressivo, mas não podemos nos esquecer que há cerca de 20 anos, esta prática era ilegal naquele país. Foi somente em meados da década de 90, graças aos esforços de algumas famílias americanas, que surgiram as primeiras alterações na legislação e movimento de aprendizado domiciliar ganhou fôlego.

Mas, por que este movimento está ganhando popularidade? Por que os pais preferem que seus filhos recebam a educação escolar em suas próprias casas? Em 2003, uma pesquisa sobre educação domiciliar revelou as causas que levaram os pais a adotar este sistema de ensino:

  • 31% praticam o aprendizado escolar domiciliar porque se preocupam com o ambiente de outras escolas.
  • 30% o fazem para fornecer instruções religiosas ou morais.
  • 16% escolhem o aprendizado escolar domiciliar devido à insatisfação com a instrução acadêmica disponível em outras escolas.
Neste artigo, vamos ver o que significa o aprendizado escolar domiciliar e os vários métodos praticados; vamos discutir o que mais você precisa saber se estiver pensando em utilizar o aprendizado escolar domiciliar com seus filhos.

Para facilitar a sua compreensão, decidi dividir o conteúdo deste artigo em diversos tópicos:

Como funciona a educação domiciliar

Nos EUA, a definição de aprendizado escolar domiciliar muda de acordo com o Estado. Por exemplo, o capítulo 115-C dos Estatutos Gerais da Carolina do Norte (em inglês) define o aprendizado escolar domiciliar desta maneira:

"Escola domiciliar significa uma escola privada na qual uma ou mais crianças de não mais de duas famílias ou casas recebem instrução acadêmica dos pais ou tutores legais ou membro de uma das casas".

Como a definição muda de Estado para Estado, as exigências legais também mudam para estabelecer uma escola domiciliar. Essas leis geralmente vigoram a partir dos sete ou oito anos de idade. Antes disso, o governo não se interessa – ao menos, não legalmente – sobre o tema.

Se você quiser saber que tipo de "aprendizado domiciliar" ocorre em idade tão nova, veja aqui uma pequena lista das coisas que uma criança aprende antes de entrar oficialmente na escola:

  • falar
  • andar
  • correr
  • brincar
  • cantar
  • vestir-se
  • amarrar sapatos
  • contar até 10, 20 ou mais
  • recitar o alfabeto e reconhecer as letras do alfabeto
  • soletrar o nome

Estes são apenas os itens básicos. Há muitas crianças que sabem ler, fazer contas básicas, tocar um instrumento musical, nadar, dançar e outras coisas, tudo isso antes que tenham idade suficiente para ir ao jardim de infância. Geralmente, é alguém dentro de casa (os pais, avós, irmão ou irmã mais velhos ou tutor) que ajuda a criança a aprender a fazer essas coisas. Qualquer passeio em contato com a natureza, mostrando várias plantas, insetos e animais, é uma experiência de aprendizagem. Qualquer ida ao zoológico é uma experiência de aprendizagem. Até as atividades diárias como fazer compras na mercearia e cozinhar, são experiências de aprendizagem.

Mas, se a aprendizagem de uma criança já está longe de ter um grande início em casa, por que a preocupação com a educação? A resposta é simples: o aprendizado escolar domiciliar não é para todos. Mas é definitivamente uma boa saída para alguns.

Existem diversos livros disponíveis na Internet atestando o sucesso do aprendizado escolar domiciliar. Apesar disso, é preciso ressaltar que o aprendizado escolar domiciliar exige um enorme compromisso por parte dos pais ou tutores e das próprias crianças.

Optando pela educação domiciliar

Decidir se seu filho deve ou não receber a educação escolar domiciliar é uma decisão importante e como em qualquer decisão, é muito importante que você faça uma pesquisa. Se você conhece pessoas que praticam este método de ensino, converse com elas. Descubra o que elas gostam e o que não gostam a respeito do processo. Consulte os seus amigos e parentes e caso não encontre ninguém que tenha aderido à educação domiciliar, não se aflija, pois existem N sites, quadros de mensagens e grupos de bate-papo a respeito do assunto. Além de livros de referência do tipo 'todos em um' como "Homeschooling Almanac", de Mary e Michael Leppert, e "Homeschooling for Success," de Rebecca Kochenderfer e Elizabeth Kanna, você pode encontrar livros como "Real-Life Homeschooling," de Rhonda Barfield, que conta a história de 21 famílias bastante diferentes que praticam o aprendizado escolar domiciliar.

Infelizmente, o aprendizado escolar ainda não foi difundido em nosso país e provavelmente você encontrara dezenas de barreiras legais para levar adiante esta idéia. Há pouco tempo atrás, uma família de Timóteo, MG, decidiu educar os seus filhos em casa e enfrentou inúmeros contratempos por conta da sua decisão.

Com medo de perder o monopólio da educação, o Estado processou criminalmente a família e ameaçou os pais de perderem a guarda dos filhos caso não os matriculassem imediatamente em uma instituição de ensino regular. Além disso, decidiu que os dois meninos deveriam fazer provas de conhecimentos gerais para verificar se houve "abandono intelectual".

Os pais destes meninos decidiram seguir em frente, e aceitaram o desafio de submeter seus filhos a essas provas que, diga-se de passagem, foram elaboradas de maneira peculiarmente maliciosa pelos membros da Secretaria Municipal de Educação de Timóteo e da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais.

Os redatores da prova chegaram ao cúmulo de inventar questões que exigiam conhecimento sobre teatro japonês e teoria das cores e pinturas, além de questões dissertativas sobre obras de arte de Pablo Picasso, Leonardo da Vinci e Claude Monet.

Para evitar que outras famílias enfrentem problemas como este, os senhores Henrique Afonso e Miguel Martini (ambos são pais preocupados com o futuro da educação em nosso país), elaboraram um projeto de lei (PL-3518/2008), com o objetivo de devolver as famílias brasileiras o direito natural de atuar na educação dos próprios filhos. Apesar da boa vontade destes senhores, o projeto conta com pouca ou nenhuma simpatia dos nossos deputados e senadores e dificilmente chegará a ser aprovado.

Como começar?

Existem vários sites que fornecem todas as orientações relativas aos requisitos específicos do aprendizado escolar domiciliar para cada Estado e algumas das listas mais abrangentes podem ser encontradas nos seguintes sites (em inglês):

Métodos de ensino para a educação domiciliar

Há esta altura, você deve estar se perguntando: mas e o convívio social adquirido nas escolas; não é prejudicado? Para muitas pessoas, a escola domiciliar traz à mente a imagem de três ou quatro crianças sentadas em volta de uma mesa de cozinha escrevendo freneticamente nos cadernos enquanto a mãe fica por perto ditando os exercícios. Por mais que isso aconteça em alguns lares, não há um programa de educação familiar pré-definido no qual possamos nos fiar. Com tantas filosofias e escolas de pensamento sobre o tema, é impossível dizer com exatidão o número de métodos ou programas à disposição nos dias de hoje.

Vamos dar uma olhada em alguns desses métodos:


Aprendizado domiciliar estruturado

Também conhecido como "Escola em casa" ou método "Tradicional", isso é exatamente o que parece ser: um ambiente similar ao que o estudante encontraria em uma escola tradicional. Os pais fazendo o papel de "professor", utilizam um conteúdo programático que se aproxima ou é idêntico ao que o aluno estaria seguindo em uma escola tradicional pública ou privada. Com este método, os pais podem comprar o pacote de materiais de acordo com o conteúdo programático, incluindo tudo, desde o caderno escolar do aluno e do professor até as guias das tarefas, cadernos de exercícios e testes.


Formação educacional clássica

Este método se baseia em dois princípios fundamentais:

  • Há três fases ou estágios de aprendizagem, conhecidos como trívio, que dependem uns dos outros:

- Gramática: alunos com "idade para aprender gramática" se concentram na memorização e coleta de fatos.

- Lógica: alunos com "idade para escola intermediária" se concentram no pensamento crítico: colocando os pedaços de informação que colheram dentro de um contexto.

- Retórica: alunos do "ensino médio" avaliam as informações que são capazes de formular uma discussão articulada a partir dessas informações.

  • Essas fases de aprendizagem são concentradas na linguagem e dependentes da palavra escrita e falada, contrariamente ao aprendizado com base em imagens que utiliza imagens paradas e em movimento (tais como fotos, vídeo ou filmes).

Para uma explanação minuciosa deste método de estudo, e como implementá-lo, consulte o livro "The Well-Trained Mind: A Guide to Classical Education at Home", de Jessie Wise e Susan Wise Bauer.


O método Montessori

Baseado nas pesquisas e textos de Maria Montessori, este método enxerga a criança como um professor e como um aluno. O aprendizado é visto como um processo natural e autodirigido. Os princípios deste método se concentram no que Montessori chamou de a "mente absorvente". A criança é livre para aprender em seu próprio ritmo, interagindo e respondendo ao ambiente. O parente ou professor, agindo como "guardião do ambiente", tem a função de criar uma situação sedutora para encorajar a criança a explorar e reagir com o ambiente à sua volta. Para alunos bem jovens, isto inclui até o fornecimento de ferramentas de aprendizagem do mesmo tamanho da criança, como cadeiras e mesas pequenas. O trabalho de Montessori, "O método Montessori", pode ser visto no site da Biblioteca Digital da Universidade da Pensilvânia (em inglês).


Método Charlotte Mason

Este método se baseia nos princípios de ensino de Charlotte Mason. Esses princípios estão descritos no trabalho de seis volumes, "The Original Home Schooling Series", de Charlotte M. Mason. Além dos assuntos centrais padrão, o estudo de belas artes e da natureza é integrado. O elemento que se destaca neste trabalho, entretanto, não tem muita relevância no método de ensino e sim nos testes aplicados para testar o conhecimento adquirido. Em vez de usar um formato de teste padrão de perguntas e respostas, um processo chamado de "narração" para quantificar a aprendizagem é utilizado. A autora Catherine Levison o explica desta maneira:

Pedimos à criança que nos conte tudo o que sabe a respeito do Canadá, da polinização, do sistema endócrino, da divisão polinomial ou qualquer outro assunto que estudamos naquele dia ou no ano inteiro. Isto ajuda os pais a saber imediatamente se sua criança entendeu e compreendeu os materiais com os quais está trabalhando. O ponto principal é que você não pode narrar aquilo que não sabe e só consegue narrar o que realmente sabe.


Método Waldorf

O método Waldorf se baseia nas pesquisas e trabalhos do cientista austríaco Rudolf Steiner. Preocupado em educar o que ele chamou de "criança completa," Steiner enfatizou uma variedade de tópicos criativos que as escolas tradicionais geralmente consideram acessórios, tais como belas artes (pintura, música e teatro), idiomas estrangeiros, costura e até jardinagem. O estágio de desenvolvimento dos alunos dita os objetos de estudo e trabalhos em classe. Algumas pessoas se referem a isto como o método da "cabeça, coração e mãos".


Estudos de unidade

Os estudos de unidade podem ser considerados como o método de aprendizado escolar domiciliar multi-tarefas. Um tópico ou tema específico é desenvolvido através de várias áreas acadêmicas e pode se estender de uma semana a um semestre inteiro. O tópico ou tema pode ser qualquer coisa desde o livro de uma série (como "Harry Potter") até um feriado, um esporte ou um animal. Então, esse tema é desenvolvido através de vários assuntos como história, literatura, matemática e ciência. Este método pode ser bastante ativo e os pais podem fazer com que o aluno ajude a decidir quais atividades serão incorporadas à unidade de estudo: realização de experiências, criação de linhas de tempo, visita a museus, pesquisas em bibliotecas, leitura de livros, programas ou documentários especiais na TV e assim por diante.


Sem escola

Também conhecido como "aprendizado direcionado à criança" e "aprendizado natural", o termo "sem escola" foi originalmente usado pelo autor John Holt. Este método é exatamente o que expressa: não há escola. Para seguir este método, você pega tudo o que sabe a respeito de escolas: a programação rígida, as atividades direcionadas pelo professor, o livro escolar e assim por diante, e esquece.

O método sem escola talvez seja a progressão mais natural dos fundamentos do aprendizado escolar domiciliar que os pais já desenvolveram com seus filhos. O aprendizado simplesmente permanece como parte natural do dia, todos os dias. A criança decide o que quer fazer a cada dia, seja ir à biblioteca ler livros sobre baleias ou realizar experiências científicas na cozinha o dia inteiro.

À medida que as crianças não escolarizadas ficam mais velhas, elas podem integrar aulas e seminários externos à sua programação. O ponto-chave aqui é que o próprio aluno gerencia a programação e deve fazer os arranjos necessários para que essa programação seja cumprida. Como um aluno sem escola coloca, "Eu planejo o que faço, portanto, tenho um impressionante senso de comprometimento com o que estou fazendo. Ao invés de receber ordens sobre o que e quando fazer e simplesmente ser jogado de lá para cá, de atividade para atividade, eu posso escolher". Com essa escolha, vem a responsabilidade do planejamento da logística e da integração da programação do aluno à programação maior da família, fazendo desta a lição fundamental para o gerenciamento do tempo.

Os pais estão por perto para dar suporte, ajudando a manter ou incentivar um ambiente de aprendizagem positivo e enriquecedor, respondendo perguntas e atuando com idéias. Mas, essencialmente, é a criança que está no comando.

Enfim, existe uma infinidade de métodos de ensino domiciliar a disposição dos pais e alunos, mas para não alongar ainda mais este artigo, decidi expor apenas os mais conhecidos.

Que tipo de aluno é o seu filho?

Agora que você já tem uma idéia geral das várias metodologias que pode adotar para a escola domiciliar, existe uma coisa que deve considerar antes de escolher um determinado método: o estilo de aprendizado da criança.

Existem quatro modos básicos por meio dos quais uma pessoa pode aprender alguma coisa:

  • O aluno visual é aquele que precisa ver as coisas para realmente compreendê-las. Alunos visuais respondem bem a diagramas, imagens, gráficos, livros com gravuras e assim por diante. Eles também podem gostar de responder a novos conhecimentos criando uma representação visual sobre eles.
  • O aluno auditivo é aquele que aprende ouvindo e falando. Um excelente exemplo de metodologia empregada para alunos auditivos, devido ao seu elemento narrativo específico, é o método de Charlotte Mason.
  • O aluno tátil é aquele que aprende através do tato. Uma boa maneira de ocupar o aluno tátil é através de viagens pelo campo, experiências, projetos artesanais e assim por diante.
  • O aluno cinestésico precisa estar intimamente envolvido com aquilo que está aprendendo. Por exemplo, se um aluno cinestésico estiver lendo uma história sobre veleiros, ele quer ver um veleiro ao vivo para investigar e possivelmente sair velejando.

Você já deve ter uma boa idéia de que tipo de aluno é o seu filho, mas se não tiver, tudo o que você precisa fazer é gastar um pouco de tempo e fazer uma observação detalhada. Você também pode querer saber que tipo de aluno você é, porque isso pode influenciar seu estilo natural de ensino.

Vale lembrar que você não precisa ficar preso a um único método e seguir com ele para sempre. Se você começar com o Método Estruturado e o achar muito rígido, pode passar para os Estudos de Unidade. Se não der certo com este também, você pode tentar o Método Eclético e assim por diante. A maioria dos pais que optaram por este método de ensino, avaliam a escola domiciliar anualmente: nunca é muito tarde ou muito cedo para fornecer aos seus filhos uma educação domiciliar e se isso não funcionar, você pode rematriculá-lo em uma escola regular no ano seguinte.

Claro, uma das maiores preocupações para os pais, considerando o caminho seguido pela escola domiciliar é a universidade. Na verdade, esta questão quase sempre aparece na lista de "perguntas mais freqüentes" na maioria dos sites relacionados com escola domiciliar: "O aluno que estudou com o método de aprendizado escolar domiciliar entrará na faculdade?" A resposta a esta pergunta é um sonoro "Sim!"

Você encontrará histórias de sucesso em livros e na Internet sobre alunos que estudaram com o método de aprendizado domiciliar e que entraram na faculdade ou universidade dos seus sonhos. Nos EUA, há dezenas de casos de alunos que conseguiram ingressar em escolas e instituições universitárias do grupo 'Ivy League', como Harvard, Yale e Princeton.

Para alcançar o sucesso acadêmico, o aluno da escola domiciliar deve começar a pensar na escolha de sua universidade durante o nono período (ou seu equivalente), exatamente como os alunos da rede regular de ensino. É preciso ressaltar que muitos alunos das escolas domiciliares atuais tiram vantagem de suas programações favoráveis, participando de programas para estagiários. Isto não apenas proporciona uma preciosa oportunidade para praticar como também melhora as chances de entrar em qualquer universidade.

Ainda que o aprendizado, especialmente o aprendizado para toda a vida, pareça ser o foco de muitos métodos da escola domiciliar, a universidade não é necessariamente o objetivo final de cada aluno da escola domiciliar. Sem estar atrelados às rígidas programações da escola tradicional, os alunos da escola domiciliar podem começar a pensar em um aprendizado mais amplo. Como já seguiram uma metodologia não convencional, eles podem hesitar menos em fazê-lo novamente. Para estes alunos de mente aberta para a vida, a "metodologia da antiuniversidade" pode ser o destino.

A autora Danielle Wood apresenta diversas oportunidades de "antiuniversidade" em seu livro, "A alternativa da antiuniversidade: Seu guia para carreiras incríveis e aventuras surpreendentes fora da universidade." Nesta referência bem organizada, aqueles que não estão preparados para cancelar a experiência universitária para sempre encontrarão sugestões para passar o tempo antes da universidade. Também existe uma grande quantidade de informações relativas a programas alternativos de aprendizado e programas para estagiários.

Enfim... Espero ter ajudado aos pais que se interessam por este tema (tão amplo e complexo).

Fontes

- The Everything Homeschooling Book, de Sherri Linsenbach, Adams Media Corporation, ISBN:1-58062-868-0

- Homeschooling Almanac 2002 – 2003, de Mary e Michael Leppert, Prima Publishing, ISBN:0-7615-2856-3

- Real-Life Homeschoolingde, de Rhonda Barfield, Fireside Publishing, ISBN:0-7434-4229-6

- The Uncollege Alternative, de Danielle Wood, Regan Books, ISBN:0-06-039308-4

17 junho 2009

Marx, uma espécie de Roque Santeiro das idéias

por Thiago Nogueira

Recentemente o jornal Estadão publicou um texto do professor emérito da Faculdade de Filosofia da USP, José de Sousa Martins, sobre a greve naquela universidade. O texto, intitulado "O medo da classe sem destino", foi publicado no suplemento "Aliás" e teve ampla repercussão entre os acadêmicos de todo o país.

Ao contrário de boa parte dos seus colegas uspianos, José de Sousa Martins é um homem inteligente e tem sido um crítico habitual do pensamento marxista contemporâneo; podemos dizer que ele é uma espécie de Walter Benjamin dos tempos modernos. Se o professor Martins tivesse a coragem necessária para dar um passo à frente, ele se tornaria um cientista social e tanto. Infelizmente, escapar ao ópio dos intelectuais é tão difícil quanto escapar do legítimo ópio do Oriente.

Neste contexto, é muito mais fácil redigir um embuste do que expor a verdade. E foi exatamente isso que o professor Martins fez... Analisou a situação da classe média de acordo com a tão propalada teoria da luta de classes e extraiu uma mentira travestida de verdade sociológica; uma conclusão estapafúrdia. Tão estapafúrdia que expôs o seu autor ao ridículo.

Para o professor Martins, como para os teóricos de esquerda de um modo geral, a classe média é odiosa, na medida em que anseia por transformar-se em classe alta e, principalmente, por servir de braço armado desta classe na ignominiosa - oh! - exploração do proletariado. Nos momentos de crise, como na Alemanha de Weimar, foi a classe média que se transformou, segundo Martins, nas primeiras bases do partido nacional-socialista.

O professor José de Sousa Martins se esqueceu que foi dessa mesma classe média que saiu a vanguarda que liderou a frente pelo socialismo internacional na Rússia de 1917. Aliás, o professor também se esqueceu dos inúmeros socialistas que circulam pelos corredores do Gulag do Butantã - a Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo -, todos renitentes marxistas e integrantes dessa mesma classe média.

Enfim, de acordo com as idéias de Martins, a classe média, em momentos de crise, se agarra com unhas e dentes aos seus pequenos privilégios. Isso, para ele, explica a greve que está ocorrendo - ou já acabou, não sei ao certo - na USP: usurpando o discurso "democrático" da esquerda, para garantir seus privilégios uspianos, os grevistas da universidade põem em ação supostas práticas de direita - isto é, o autoritarismo de uma minoria impor com violência e vandalismo uma greve à maioria!

Não obstante, esta greve é comandada pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado. Este partido, gerou uma dissidência ainda mais radical, comandada pelo sindicalista e criminoso confesso Claudionor Brandão; aquele que foi demitido por justa causa do quadro de funcionários da USP. Todos eles - Brandão, os funcionários, os professores e os alunos grevistas -, são integrantes desta classe média a quem Martins acusa de "direitismo intrínseco".

Na verdade, ao acusá-los de "direitistas" - um eufemismo para nazistas -, o professor Martins pressente a proximidade entre o nazismo e o comunismo, mas não tem a coragem necessária para encará-la. Para admitir as semelhanças entre Hitler e Lenin (Stalin também, é claro), seria preciso colocar na fogueira o sr. Karl Marx e esse é um sacrifício que nem Martins nem a esmagadora maioria da "intelequitualidade" brasileira têm capacidade e coragem para fazer.

Para encerrar, ao transformar a greve da USP em obra da direita, o cientista social me fez concluir que os partidos de esquerda e o marxismo são uma espécie de Roque Santeiro do mundo das idéias. Roque Santeiro, o personagem da novela, era aquele que foi sem nunca ter sido. O marxismo é aquele que não é, tendo sido sempre. Senão, vejamos: um partido de extrema esquerda – inspirado na revolução bolchevique - faz uma greve selvagem e a esquerda moderada a acusa de "direitismo", pois a verdadeira esquerda é democrática e civilizada. Ora, não é a mesma idéia que está por trás da expressão "socialismo real"?

Para a "intelequitualidade" socialista, o "socialismo real", isto é, aquele que vigorou da União Soviética e no Leste Europeu, não é o verdadeiro socialismo de Marx, assim como não é o verdadeiro socialismo de Marx aquele que ainda vigora na Coreia do Norte.

O verdadeiro socialismo de Marx é sempre aquele que será alcançado na próxima revolução, nunca na anterior. O socialismo das revoluções anteriores, mais sanguinário e repressivo do que o próprio nazismo, não é socialismo: é a degeneração das idéias humanitárias de Karl Marx, perpetradas por Stalin, aquele monstruoso... Bode expiatório.

04 junho 2009

Pela privatização do sistema de ensino

por Thiago Nogueira

Recentemente eu tive o prazer de ler um texto do escritor norte-americano Lew Rockwell (*), a respeito da privatização do ensino. Em seu artigo, Rockwell descreve os problemas que professores e alunos vem enfrentado nos EUA. Apesar do texto tratar de assuntos relacionados aos profissionais da educação norte-americanos, é importante notar que alguns fatos, idéias e conclusões são idênticos aos da realidade brasileira.

Tanto aqui, como nos EUA, as ecolas públicas são louvadas em público e criticadas em particular. Mas por que isso ocorre? Bom, as escolas públicas fazem parte da nossa religião cívica; elas são a evidência primária que as pessoas citam para mostrar como o governo está sempre nos servindo. Além disso, há também um elemento psicológico: a maioria de nós entrega os nossos filhos a estas escolas, confiantes de que o governo fará o melhor pelas nossas crianças.

Mas será que isso realmente ocorre? Em seu livro "Education: Free and Compulsory," Murray Rothbard explica que a verdadeira origem e propósito da educação pública não é bem aquilo que imaginamos: na realidade, a educação pública tem como único objetivo doutrinar os nossos filhos em uma espécie de religião cívica; um consenso em torno da importância do Estado. Isso explica por que os nossos governantes sempre foram contrários ao homeschooling e a um ensino privado que não siga as normas do Ministério da Educação: não é o temor de notas baixas nos exames educacionais que permeia essa atitude, mas sim a preocupação de que essas crianças não estejam aprendendo os valores que o Estado considera importantes.

É preciso deixar claro que o objetivo deste artigo não é criticar as escolas públicas, e sim mostrar que um aluno custa à rede pública de ensino duas vezes mais do que o necessário para manter um aluno na rede privada[1], o que nos leva a seguinte questão: por que uma receita tão inviável ainda é praticada?

É lugar comum dizer que as escolas públicas são gratuitas e as escolas privadas são caras, mas quando levamos em conta a origem do financiamento destas duas instituições – impostos vs mensalidades ou doações – constatamos que a alternativa privada é bem mais barata.

Podemos dizer que as escolas públicas custam tanto quanto as escolas privadas mais sofisticadas (e caras) desse país[2]. A diferença é que o custo das escolas públicas é disseminado por toda a população, ao passo que o custo das escolas privadas é coberto apenas pelas famílias dos estudantes que as freqüentam.

Neste ponto, chegamos ao ponto-chave deste artigo: como fazer para mudar este quadro? Se pudéssemos substituir as escolas públicas e as leis educacionais compulsórias por uma educação fornecida pelo mercado, teríamos escolas melhores pela metade do preço e nos tornaríamos uma sociedade mais livre. Apesar da simplicidade da resposta, há inúmeros entraves que dificultam a adoção desta medida. A educação pública desfruta de uma vantagem política devido aos efeitos externos de rede e dificilmente haverá um político disposto a alterar o status quo.

Mas digamos que uma prefeitura conseguiu contornar todos estes entraves e dar continuidade ao seu plano de privatizar o ensino. Em um primeiro estágio, muitas coisas aparentemente ruins aconteceriam, como demissões de professores e leilões dos antigos prédios das instituições de ensino (já dá para imaginar a histeria). No entanto, superadas as dificuldades iniciais, o plano passaria para o seu segundo estágio: com a abolição das escolas públicas, os impostos que eram empregados na manutenção destas unidades seriam abolidos.

Neste ponto, você deve estar se perguntando o que seria feito daquelas crianças e adolescentes mais pobres, que não podem pagar pelo sistema particular de ensino? Ora, estas crianças serão inseridas em um programa de vouchers (cheques emitidos pelo governo), para subsidiar a educação particular e poderão escolher a instituição de ensino mais adequada as suas necessidades.

Este programa de subsidio seria inúmeras vezes mais barato do que o programa em vigor, pois não teria que considerar os gastos com a contratação de profissionais qualificados (professores, coordenadores e diretores) e a manutenção dos prédios públicos. A rigor, podemos dizer que toda a infra-estrutura de ensino seria oferecida por empresários e investidores, cujo maior interesse seria levar a educação a um número cada vez maior de pessoas (e com isso aumentar os seus lucros).

Nesta fase, as atuais escolas privadas estarão lotadas e haverá uma demanda premente por novas escolas. Empresários em busca de lucros irão rapidamente inundar a área, fornecendo escolas que irão concorrer entre si e, conseqüentemente, alavancar os níveis de ensino. No início, as novas escolas seguirão o modelo das escolas públicas, mas após um certo período de tempo, novas alternativas (mais específicas) surgirão. O surrado modelo de “ensino básico, fundamental e médio”, dará lugar a uma estrutura educacional polivalente formada por instituições dos mais variados feitios.

Podemos dizer que o mercado da educação iria operar como qualquer outro tipo de mercado; oferecendo os seus produtos de acordo com a demanda da população.

Não podemos prever o desfecho desta empreitada, mas podemos garantir que o resultado estaria de acordo com os desejos dos consumidores, transformando-nos em uma sociedade mais justa (já que apenas os usuários dos serviços de educação pagariam pelos seus custos).

(*) Lew Rockwell é o presidente do Ludwig von Mises Institute, em Auburn, Alabama, editor do site LewRockwell.com, e autor do livro Speaking of Liberty.


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LULA, O IMBECIL

Recentemente o presidente Lula chamou os críticos do Bolsa Família de ignorantes e imbecis, mas o que muitos não sabem é que o presidente apaixonado por cestas básicas e projetos assistencialistas, já foi um inimigo feroz de programas sociais. Ao trocar a chefia da oposição pelo Planalto, juntou num mesmo balaio as ideias de Ruth Cardoso, inventou o Bolsa Família e mudou de ideia.

Na primeira parte da gravação, Lula chama de "ignorantes" e "imbecis" todos os brasileiros que dizem exatamente o que ele dizia em 2000. Confira mais um minuto muito pedagógico: a hostilidade pode transformar-se em amor. Principalmente se render votos.



MINC, O MACONHISTA


O enfumaçado Ministro do Meio Ambiente do governo Lula, soltou a sua franga psicodélica em um show de reggae e defendeu deliberadamente o uso da maconha e a liberdade que cada um tem de destruir sua cabeça com a erva do diabo. Em seu delírio, o ministro maconhista falou em "defender o cerrado, a caatinga, a Amazônia, a Mata Atlântica e o reggae. O reggae é a liberdade". Claro que a galera do reggae adorou! Já é a segunda vez que o Ministro das Ervas faz apologia da maconha e da sua liberação diante de público tão distinto. Onde - e quando - será que ele vai parar?

Ps.: Favor não confudir o ato com a prática em si (tenho certeza que não vai demorar até que algum imbecil diga que eu chamei o ministro de maconheiro).



INIMIGOS ÍNTIMOS

No meio de um debate na campanha eleitoral de 1989. Fernando Collor acusa Lula de ter o apoio de José Sarney e aproveita para pegar pesado com o presidente da República. Lula responde que não pode proibir o voto de ninguém e aproveita para pegar pesado com o futuro amigo do peito, naquela época ainda “um incapaz”. Collor proíbe Sarney de apoiá-lo, fuzila de novo o futuro amigo de infância e diz que Lula é “cambalacheiro”. No fim do video, Lula promove a homem incomum o aliado que Collor hoje defende com ferocidade de cangaceiro.

O Trio Ternura é a prova de que o insulto de hoje é o abraço de amanhã. Pelo menos para quem acha que só é vergonhoso perder a eleição.




A CONFISSÃO DE ZELAYA

Todos já sabem o que aconteceu, eu sei. Mas nada como ouvir de própria voz. Neste vídeo, Zelaya confirma que a ocupação da embaixada brasileira foi previamente acertada com o presidente Lula, com o chanceler Celso Amorim e com o encarregado de negócio do Brasil em Tegucigalpa. E isso, como todos sabem, é ilegal. Que fique o registro histórico.



A BOÇALIDADE NOS CORREDORES DA UNIBAN


Os estudantes da Uniban de São Bernardo engolem em silêncio mensalidades abusivas, professores medíocres e o sistema de ensino que fabrica fortes candidatos ao desemprego. Só não engolem uma jovem com a saia curtíssima. Os estudantes da Uniban aceitam com mansidão bovina a corrupção institucionalizada, os impostos extorsivos, os pelegos delinquentes da UNE, a roubalheira federal, a procissão de escândalos, a decomposição moral do Brasil. Só não conseguem controlar a indignação e domar a cólera se aparece uma jovem com as pernas à mostra.


O PALANQUEIRO JÁ COMEÇOU A TREINAR PARA A SUA ESTRÉIA NA TV

O presidente Lula convive amistosamente com todos os donos de canais de televisão e apresentadores de programas de auditório. Nas últimas semanas, tem protagonizado sucessivas demonstrações de apreço especial pelos bispos que chefiam a Igreja Universal do Reino de Deus e, por consequência, a TV Record. Mas também vem emitindo sinais de que se prepara para comandar algum programa de auditório, como mostra esta seleção de trechos de vídeos divulgados pela internet.

Primeiro, convencido de que é disso que o povo gosta, Lula aprendeu a dizer palavrões com o ar inocente de quem reza. Depois, com a mesma expressão sem culpa, passou a despejar cataratas de imagens chulas. E enfim deu de andar pelo palco feito Sílvio Santos quando se encontra com “as amigas do auditório”. Que reagem com o mesmo sorriso coletivo exibido pelas plateias de Lula.

Se Dilma Rousseff ganhar, a TV Brasil poderá livrar-se do ibope indigente com um programa do gênero comandado pelo campeão de popularidade. Se perder, Lula pode oferecer-se à Record. Pelo menos saberá se os bispos são bons companheiros ou só inimigos íntimos.

Biblioteca

Seja bem-vindo à biblioteca on-line do What's up Brazil! Para baixar os arquivos, basta clicar no título.


por Ludwig von Mises

Tudo o que ocorre na sociedade de nossos dias é fruto de idéias, sejam elas boas, sejam elas más. Faz-se necessário combater as más idéias. Devemos lutar contra tudo o que não é bom na vida pública. Devemos substituir as idéias errôneas por outras melhores, devemos refutar as doutrinas que promovem a violência sindical. É nosso dever lutar contra o confisco da propriedade, o controle de preços, a inflação e contra tantos outros males que nos assolam.

Idéias, e somente idéias, podem iluminar a escuridão. As boas idéias devem ser levadas às pessoas de tal modo que elas se convençam de que essas idéias são as corretas, e saibam quais são as errôneas. No glorioso período do século XIX, as notáveis realizações do capitalismo foram fruto das idéias dos economistas clássicos, de Adam Smith e David Ricardo, de Bastiat e outros.



INTERVENCIONISMO

por Ludwig von Mises

"...é um erro tragico supor que democracia e liberdade sao compativeis com intervencionismo ou com socialismo. O que as pessoas chamam de governo democrático, direitos civis e liberdade individual só pode existir no contexto de uma economia de mercado. Nao é por acaso que, por toda parte, o avanço do intervencionismo fez com que fossem desaparecendo as instituicões democráticas e que, nos países socialistas, o despotismo oriental tenha encontrado o cenário ideal para o seu ressurgimento. "



AÇÃO HUMANA

por Ludwig von Mises

Nas palavras do filósofo Olavo de Carvalho, depois de ler Mises é que se compreende como os outros economistas são tão confusos. No pensamento misesiano, a Economia se insere num universo muito maior de relações sociais, a Praxeologia, cuja maior característica é a presença da ação consciente e propositada do homem. Uma das suas grandes contribuições foi ter demonstrado que o regime comunista era insustentável do ponto de vista econômico, por não comportar um eficiente sistema de preços. Sem os preços, o estado comunista não tem como avaliar a relação custo-benefício de suas ações, e caminha inxoravelmente para o colapso.


UMA TEORIA SOBRE O SOCIALISMO E O CAPITALISMO


por Hans Hermann-Hoppe

O professor Hans Hermann-Hoppe tem o dom de nos fazer olhar para além do óbvio, mesmo para aquelas coisas que sempre estiveram ao nosso redor, mas que não as constatamos por nossa própria cegueira e conformismo. Dotado de um profundo senso humanístico, são nas pessoas comuns, aquelas que persistem silenciosamente na paz e no trabalho, que se aloja o alvo principal da sua abordagem, o que faz de Hoppe um autêntico anti-Maquiavel.



CONTRA TODA ESPERANÇA

por Armando Valladares

Preso político por 22 anos, recordista mundial de permanência entre as grades por delito de opinião, autor de um dos mais fortes e pungentes livros de memórias já engendrados pelo sofrimento injusto, Valladares tem um lugar assegurado na história do século 20 entre os personagens que provaram, por sua coragem e retidão inflexível nas piores circunstâncias, a soberania do espírito livre ante as trevas do diabolismo totalitário. É alguém da estirpe de um Victor Frankl, de um Soljenítsin, de um Richard Wurmbrand; alguém cuja qualidade moral está acima de todas as controvérsias políticas e do qual ninguém tem o direito de falar senão com o devido respeito.


A REVOLUÇÃO DOS BICHOS

por George Orwell

Sentindo chegar sua hora, Major, um velho porco, reúne os animais da fazenda para compartilhar de um sonho: serem governados por eles próprios, os animais, sem a submissão e a exploração do homem. Major lhes ensinou uma antiga canção, "Animais da Inglaterra" (Beasts of England), que resume a filosofia do Animalismo, exaltando a igualdade entre eles e os tempos prósperos que estavam por vir.

O velho Major faleceu 3 dias depois, deixando o comando para dois astutos e jovens porcos Bola-de-Neve e Napoleão. Após clandestinas reuniões para traçar as estratégias, Sr. Jones, então proprietário da fazenda, se descuidou na alimentação dos animais, mal sabendo que este seria o estopim para aqueles bichos. Deu-se a Revolução.

* A Revolução dos Bichos foi escolhido pela revista Time como um dos 100 Melhores Livros da Língua Inglesa e foi o 31º na lista dos Melhores Romances do Século XX da renomada Modern Library List.


POR UMA NOVA LIBERDADE: O MANIFESTO LIBERTÁRIO

por Murray Rothbard

Esta é a obra fundamental do movimento libertário americano e talvez até mesmo do nascente movimento libertário mundial. Lançado em 1973 e desde então tendo recebido várias edições, "Por uma nova liberdade" (For a New Liberty) é um livro canônico do renascimento do liberalismo e do surgimento do que foi chamado por seu autor de "anarco-capitalismo". Murray Rothbard nele delineia as bases de uma sociedade baseada no total respeito pela propriedade privada, que além de estar em conformidade com a moralidade, assegura a maior liberdade e prosperidade para todos.