O governo brasileiro divulgou uma lista com mais de cem produtos importados dos Estados Unidos cujas tarifas de importação poderão subir até 100%. A medida é uma retaliação aos subsídios americanos ao algodão. A lógica é simples: se o governo de lá prejudica o próprio povo, então nosso governo deve prejudicar o povo brasileiro também, como resposta ao abuso americano. Na guerra entre governos e lobistas de cada país, sob um modelo mercantilista, quem sai perdendo são os consumidores de ambos os países.
Há quem diga que o livre comércio tem que ser recíproco para ser benéfico. Bastiat afirmava que pessoas com essa mentalidade são protecionistas em princípio, mesmo que não reconheçam, e são apenas mais inconsistentes que os protecionistas puros, que são por sua vez mais inconsistentes que os defensores da abolição completa de produtos estrangeiros. Para provar seu argumento, ele utilizava uma fábula sobre duas cidades, Stulta e Puera, que construíram uma grande estrada as conectando. Após o término da construção, Stulta teria reclamado que os produtos de Puera estavam inundando o seu mercado e encarregou alguns funcionários de zelar pela obstrução do tráfego dos importados (nascia aí o cargo de fiscal alfandegario). Logo em seguida Puera fez o mesmo e o resultado, como vocês podem imaginar, foi mutuamente perverso.
As coisas iam de mal à pior, até que um homem velho de Puera, suspeito até de receber pagamento secreto de Stulta, disse que os obstáculos criados por Stulta eram maléficos a Puera e os obstáculos criados pela própria Puera eram igualmente maléficos. Uma pena! O homem completou seu raciocínio dizendo que não havia nada que pudessem fazer quanto ao primeiro problema, mas que poderiam solucionar a outra parte, criada por eles mesmos. Houve forte reação, e o acusaram de sonhador, utópico e até "entreguista". Alegaram que seria mais difícil ir do que vir pela estrada, ou seja, exportar do que importar. Isso colocaria Puera em desvantagem em relação à Stulta, assim como as cidades na beira dos rios estão em desvantagem frente às montanhosas, já que é mais complicado subir que descer.
Mas havia uma voz que dizia que as cidades na beira dos rios prosperavam mais que as cidades montanhosas. A tese causou muito alvoroço e fez com que todo o povo se pusesse a pensar e a discutir um assunto que outrora, só era abordado pelos políticos. Infelizmente, a reação das pessoas não era boa. Imbuídas de um viés ideologico difícil de apagar, elas redarguiam dizendo que aquilo era um absurdo e terminavam insultando o homem de todas as formas possíveis e imaginaveis. No entanto, não havia como discordar! Os habitantes de Puera estavam diante de um fato histórico: as cidades contruidas nas margens dos rios, de fato, prosperavam mais do que aquelas que estavam fincadas no alto das montanhas. Embora a natureza desse fato fosse inquestionável, os governantes de Puera decidiram que tais cidades tinham prosperado contra as regras, e optaram pela manutenção dos obstáculos, em nome da "independência nacional" e da proteção da indústria doméstica contra a competição "selvagem". Naturalmente, os consumidores de ambas as cidades continuaram sendo sacrificados para o benefício de alguns produtores privilegiados, como sempre ocorre nas medidas protecionistas.
Eis a lógica da batalha comercial entre governo americano e governo brasileiro. O governo americano oferece subsídios ao algodão, prejudicando seus próprios consumidores e os produtores brasileiros. Como resposta, o governo brasileiro resolve tornar inúmeros produtos americanos mais caros aos consumidores brasileiros. Agora temos produtores de algodão e consumidores de diversos produtos importados sendo prejudicados em nome dos interesses comerciais de duas nações que não levaram em conta o interesse dos seus cidadãos. É assim mesmo! Na guerra comercial, quem sai perdendo somos eu e você.
O governo brasileiro, vítima de ranço mercantilista, pode sté achar que está retaliando o "inimigo" numa batalha comercial. Mas, na prática, está apenas dando um tiro no pé dos próprios brasileiros.
Há quem diga que o livre comércio tem que ser recíproco para ser benéfico. Bastiat afirmava que pessoas com essa mentalidade são protecionistas em princípio, mesmo que não reconheçam, e são apenas mais inconsistentes que os protecionistas puros, que são por sua vez mais inconsistentes que os defensores da abolição completa de produtos estrangeiros. Para provar seu argumento, ele utilizava uma fábula sobre duas cidades, Stulta e Puera, que construíram uma grande estrada as conectando. Após o término da construção, Stulta teria reclamado que os produtos de Puera estavam inundando o seu mercado e encarregou alguns funcionários de zelar pela obstrução do tráfego dos importados (nascia aí o cargo de fiscal alfandegario). Logo em seguida Puera fez o mesmo e o resultado, como vocês podem imaginar, foi mutuamente perverso.
As coisas iam de mal à pior, até que um homem velho de Puera, suspeito até de receber pagamento secreto de Stulta, disse que os obstáculos criados por Stulta eram maléficos a Puera e os obstáculos criados pela própria Puera eram igualmente maléficos. Uma pena! O homem completou seu raciocínio dizendo que não havia nada que pudessem fazer quanto ao primeiro problema, mas que poderiam solucionar a outra parte, criada por eles mesmos. Houve forte reação, e o acusaram de sonhador, utópico e até "entreguista". Alegaram que seria mais difícil ir do que vir pela estrada, ou seja, exportar do que importar. Isso colocaria Puera em desvantagem em relação à Stulta, assim como as cidades na beira dos rios estão em desvantagem frente às montanhosas, já que é mais complicado subir que descer.
Mas havia uma voz que dizia que as cidades na beira dos rios prosperavam mais que as cidades montanhosas. A tese causou muito alvoroço e fez com que todo o povo se pusesse a pensar e a discutir um assunto que outrora, só era abordado pelos políticos. Infelizmente, a reação das pessoas não era boa. Imbuídas de um viés ideologico difícil de apagar, elas redarguiam dizendo que aquilo era um absurdo e terminavam insultando o homem de todas as formas possíveis e imaginaveis. No entanto, não havia como discordar! Os habitantes de Puera estavam diante de um fato histórico: as cidades contruidas nas margens dos rios, de fato, prosperavam mais do que aquelas que estavam fincadas no alto das montanhas. Embora a natureza desse fato fosse inquestionável, os governantes de Puera decidiram que tais cidades tinham prosperado contra as regras, e optaram pela manutenção dos obstáculos, em nome da "independência nacional" e da proteção da indústria doméstica contra a competição "selvagem". Naturalmente, os consumidores de ambas as cidades continuaram sendo sacrificados para o benefício de alguns produtores privilegiados, como sempre ocorre nas medidas protecionistas.
Eis a lógica da batalha comercial entre governo americano e governo brasileiro. O governo americano oferece subsídios ao algodão, prejudicando seus próprios consumidores e os produtores brasileiros. Como resposta, o governo brasileiro resolve tornar inúmeros produtos americanos mais caros aos consumidores brasileiros. Agora temos produtores de algodão e consumidores de diversos produtos importados sendo prejudicados em nome dos interesses comerciais de duas nações que não levaram em conta o interesse dos seus cidadãos. É assim mesmo! Na guerra comercial, quem sai perdendo somos eu e você.
O governo brasileiro, vítima de ranço mercantilista, pode sté achar que está retaliando o "inimigo" numa batalha comercial. Mas, na prática, está apenas dando um tiro no pé dos próprios brasileiros.
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