08 julho 2009

A USP continua dando o que falar

por Thiago Nogueira

Acabo de saber que a USP vai repor as aulas perdidas devido a greve dos professores, ocorrida em maio e junho.


As atividades dos 17 dias letivos deverão ser repostas no período de 13 de julho a 7 de agosto. As unidades que precisam repor aulas terão que propor um calendário dentro deste período e o início do segundo semestre será atrasado para 10 de agosto. Os cursos que não aderiram à paralisação vão começar o semestre dia 3 de agosto (sorte a deles).

A paralisação atingiu principalmente os cursos da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), da ECA (Escola de Comunicações e Artes) e de Pedagogia.

A greve dos funcionários e professores foi encerrada em 30 de junho, mas os estudantes - que durante a greve apoiaram o movimento grevista - votaram em assembleia a continuidade da greve, mesmo no período de férias. O argumento é que as pautas estudantis não foram contempladas nas negociações, como a democratização da universidade, com eleições diretas para reitor.

Eu não sei o que os estudantes da USP que aderiram a greve entendem por "as pautas estudantis não foram contempladas nas negociações", já que a reitoria da faculdade se comprometeu em rever os valores do auxílio-alimentação (de R$ 320 para R$ 400, retroativos a 1º de maio), do auxílio-refeição (de R$ 13 para R$ 15) e do auxílio-creche (R$ 422). Como se não bastasse, foi criado um tal de "auxílio-educação especial", que será pago aos pais e mães funcionários da instituição que têm filhos excepcionais. O valor do auxílio é de R$ 422 e será pago até que o educando alcance a idade de 18 anos.

Quem vai pagar esta conta? Ninguém sabe!

Mas este não é - nem de muito longe - o maior dos problemas. Faz tempo que os sindicalistas da USP consideram que a prioridade da faculdade não são os alunos, mas o Sintusp. Querem privatizar a USP; torná-la mero palco de operações do "movimento revolucionário". Essa é a democracia de Antônio Candido, Marilena Chaui e Fábio Konder Comparato. Para os ilustres acadêmicos da USP, a produção de conhecimento é coisa de universidade reacionária, o que realmente importa é atender aos interesses dos seus funcionários.

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