Entre os signatários do manifesto aparecem os escritores Eduardo Galeano, do Uruguai, e Luiz Fernando Veríssimo. Também estão na lista o crítico literário e professor aposentado Antonio Candido, o cientista político Chico de Oliveira e o filósofo Paulo Arantes. Até o final da tarde de desta sexta-feira, cerca de cem pessoas já haviam assinado o manifesto, que está circulando por diversos países. Em Portugal ele ganhou a adesão do sociólogo Boaventura de Souza Santos, um dos ideólogos do Fórum Social Mundial.
O manifesto critica a cobertura dada pela mídia à destruição de um laranjal da empresa Cutrale por militantes do MST, semanas atrás, no interior de São Paulo. "A mídia foi taxativa em classificar a derrubada de alguns pés de laranja como ato de vandalismo. Uma informação essencial, no entanto, foi omitida: a de que a titularidade das terras da empresa é contestada pelo Incra e pela Justiça", diz o texto. E mais adiante acrescenta: "Na ótica dos setores dominantes, pés de laranja arrancados em protesto representam uma imagem mais chocante do que as famílias que vivem em acampamentos precários, desejando produzir alimentos".
O manifesto foi redigido por um grupo de apoiadores do MST no Rio e quando começou a circular, várias universidades no Brasil e no exterior aderiram a ele. Segundo o sociólogo Ricardo Antunes, da Unicamp, um dos signatários do documento, o MST é respeitado internacionalmente como um dos movimentos sociais mais importantes do mundo. "É inaceitável a iniciativa de criminalizá-lo e empurrá-lo para a clandestinidade", disse ele ao Estado. "É inaceitável também que este Congresso, que chegou ao fundo do poço e cujo presidente tenta cercear o trabalho da imprensa, impedindo a divulgação de informações sobre sua família, se julgue no direito de policiar e tentar sufocar o movimento".
O texto endossa a tese defendida pela liderança do MST de que o principal objetivo da CPI é tirar do foco o debate sobre a revisão dos índices de produtividade no País, que estão em vigor desde 1975. "A revisão dos índices evidenciaria que, apesar de todo o avanço técnico, boa parte das grandes propriedades não é tão produtiva quanto seus donos alegam e estaria, assim disponível para a reforma agrária".
Só pode ser piada! Vamos refletir sobre o trecho que diz "na ótica dos setores dominantes, pés de laranja arrancados em protesto representam uma imagem mais chocante do que as famílias que vivem em acampamentos precários desejando produzir alimentos".
É a cara do Primeiro Comando dos Intelectuais esse negócio, não? Em São Paulo, o PCI é a voz, digamos, acadêmica do PCC; no Rio, do Comando Vermelho e dos Amigos do Amigos, né? Esses idiotas não negam a sua origem!
Não existe organização socialista na história — atenção: em qualquer tempo ou lugar — que tenha se formado sem considerar a possibilidade de cometer crimes em nome da causa. Não me refiro, obviamente, apenas àqueles crimes definidos pelos códigos, mas também aos outros, aos morais. O que é um crime moral? É aquele que, independentemente do código vigente, alguém comete na esperança de que o outro, o adversário, seja incapaz de cometer.
Não há esquerda sem essa ambigüidade moral; sem a constatação de que existe a moral "deles" que lhes permite fazer qualquer coisa, e a moral do "outro", que seria mais restritiva e, por isso mesmo, os protegeria do contra-ataque. Um revolucionário de verdade está sempre testando os limites dos inimigos na esperança de contar com a moralidade dele para se preservar. E, não raro, têm lá a sua razão em prever uma reação frouxa, não é mesmo?
Ora, não é porque existem injustiças no mundo que a gente vai sair por aí destruindo laranjais, roseirais ou capinzais… Não existe causa humana que dê a alguém a condição de absolutista moral. Ou existe? No mundo deles existe!
De quebra, o Ricardo Antunes veio dizer que "estão tentando criminalizar o movimento". Mas que absurdo! Como disse o ministro Gilmar Mendes essa semana, tudo que queremos e que se trate os crimes como crimes e aplique as penas previstas no Código Penal. Enfim, para os loucos por um manifesto, parece pouco relevante a institucionalização da patifaria. Vale tudo, rigorosamente tudo para expandir os domínios do Clube dos Cafajestes a Serviço do Nação. Desde a aliança entre as vestais de araque e as messalinas juramentadas, até a metamorfose obscena do presidente da República e o acasalamento do Cristo paraguaio com os Judas de verdade... Tudo é tolerável! Exceto a instalação da CPI do MST.
Toda essa patifaria tem uma explicação: é aquele velho e desagradável lixo marxista! A causa ainda é, pasmem, o "socialismo". Como os fins são difíceis de alcançar, os adeptos daquele palavrório engomado do Karl Marx passaram a se contentar com os meios. Simples assim!
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