24 fevereiro 2010

Um presidente cuja moral e senso de justiça fariam inveja a Klaus Barbie

Lula viajou a Cuba para dar o seu último endosso ao regime de Fidel. Desde que assumiu o país, o presidente já esteve na ilha 4 vezes e em nenhuma delas reservou um espaço na sua agênda para ouvir as queixas dos dissidentes políticos. Dessa vez será diferente! Lula chegará a ilha praticamente no dia da morte do preso político Orlando Zapata Tamayo, que estava em greve de fome desde 3 de dezembro. Para repetir a postura das visitas anteriores, o presidente terá que ignorar o cheiro fresco do último cadáver gerado pela ditadura dos irmãos Castro.

No ano passado, a Anistia Internacional conseguiu comprovar a existência de 67 prisioneiros de consciência em Cuba — isto é, gente que está na cadeia só por discordar do regime. Para se ter uma ideia do que esse número representa: é praticamente o mesmo número de presos mantidos em Guantanamo.

Tamoyo era um desses presos de consciência. Ele foi detido em março de 2003, durante a chamada Primavera Negra, quando Fidel Castro ordenou a prisão de 75 dissidentes — 27 jornalistas entre eles. As condenações variavam de 14 a 27 anos, masTamayo foi tendo a sua pena ampliada consecutivamente.

Seu crime? Nenhum! Tamoyo foi preso à revelia, como acontece com frequência nas ditaduras. Em outubro de 2009, ele foi espancado por policiais na prisão de Holguín e teve de se submeter a uma cirurgia na cabeça em decorrência dos ferimentos. No dia 3 de dezembro, deu início à greve de fome e foi transferido para uma prisão ainda mais rigorosa.

Os dissidentes cubanos afirmam que o major Filiberto Hernández Luis lhe negou mesmo a água durante dias seguidos, o que levou seus rins ao colapso. Só foi enviado ao hospital em meados de janeiro, e dali para outro hospital, só que este no presídio Combinado del Este, em Havana, sem a menor condição técnica de tratamento. Morreu. Não! Foi assassinado, assim como Vladimir Herzog e outros dissidentes políticos brasileiros que encontraram o seu fim nos porões do DOPS. Lamentavelmente, a solidariedade brasileira é seletiva e extramente segregacionista. Nossos militantes pranteam a perda de cerca de 300 pessoas durante o período da ditadura, mas não derramam uma lágrima pelas milhares de vítimas do regime castrista.

Ao longo desses oito anos de mandato do presidente Lula e do PT, dissidentes cubanos chegaram a enviar mensagens milhares de mensagens pedindo que intercedesse em favor de presos políticos como Tamoyo. Tudo em vão! No Congresso do PT, Dilma Rousseff fez uma conferencia fechada a esquerdistas de varias ditaduras — cubanos entre eles - mas não mencionou uma só palavra relacionada a esses pedidos. No mesmo congresso, a ministra fez uma homenagem a pessoas que, a exemplo dela, participaram de movimentos terroristas no Brasil e disse que lutavam pela… Democracia!

Tamayo, sim, lutava pela democracia! Agora ele está morto. Lula e Marco Aurélio Top Top Garcia, não tiveram sequer a consideração de deixar o seu cadáver esfriar e já saíram correndo para abraçar os seus assassinos.

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